Porque estamos sempre à procura...

Toda a gente fala das grandes mudanças operadas com  o aparecimento da internet e outras novas tecnologias que, como tudo, tem as suas vantagens e os seus dissabores. A verdade é que se não fosse a nova senhora dos nossos dias não estaríamos aqui "agora" a partilhar ideias e experiências. E perguntam-me: "Porque é que te lembraste disso agora?" E eu respondo, com todo o gosto.

Na minha viagem de comboio de General Torres para Aveiro presenciei um telefonema de um jovem espinhense com um amigo. Não devia ter mais de 15 anos e falava com alguma revolta de umas sms que recebera de uma "amiga", a qual já não via há algum tempo. Nisto o jovem, na sua indignação, acrescenta: "Não moço, perguntei-lhe se ela tem ido ao meu Hi5" como nós perguntamos se tu tens ido às aulas ou àquele café simpático da esquina. De facto ela tinha visitado, nos últimos tempos, o Hi5 do rapaz, ao que este pergunta se ela leu o texto que ele tinha "postado". De facto, mais uma vez, ela tinha lido, mas a desilusão foi grande quando ele descobriu que ela nem sequer se lembrava que tinha sido a própria a escrever esse mesmo texto... talvez em mais uma das duas mil, quatrocentas e cinquenta mensagens que manda por dia a um grupo tão vasto como os adeptos do Glorioso. Assim, ele deixou a promessa de lhe pedir explicações... só não especificou se seria através do próprio Hi5, do Messenger, por sms e, porque não, até mesmo através do Twitter.

Já não há "relações pessoais" como antigamente...se é que ainda lhes podemos atribuir esse nome! Fica a dúvida...

Entretanto podiam-se mudar algumas expressões consagradas do populismo e adaptá-las às novas tecnologias...até porque já há muito quem não tenha Cartas de Amor.