Estas coisas são tão bem orquestradas que até da medo reflectir sobre o assunto.
José Sócrates nomeou Maria de Lurdes Rodrigues para a presidência do conselho executivo da A Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento.
Já estou mesmo a ver como foi na hora da remodelação do governo quando o "Sócras" pediu desculpa à "Lurdinhas" por não a manter no cargo de ministra, mas os professores estão mesmo chateados. "Mas não te preocupes Lurdinhas, eu não te vou deixar ficar mal".
É que não há um único ministro, por muito (e quando digo muito, quero dizer mesmo MUITO!) incompetente que seja, que não arranje um tachito numa instituição qualquer, banco, fundação ou empresa, a ganhar milhões!
É o país que temos, talvez seja hora de me começar a habituar à ideia e deixar de me surpreender!
Que belo fim de noite eleitoral a de ontem na companhia da TSF, com o Governo Sombra. Ricardo Araújo Pereira, Pedro Mexia e João Miguel Tavares, com coordenação de Carlos Vaz Marques, numa análise super bem disposta e descontraida, com muitas verdades à mistura. Vale a pena ouvir.
Finalmente! As eleições já foram, duas semanas de campanha que parecem uma eternidade, duas semanas em que não se fala de outra coisa e em que não se fala de coisa nenhuma. Foi triste ver os dois principais partidos a apostarem nas acusações mútuas, sem apostar em ideias e propostas. Para o PS essa táctica, apesar de tudo, funcionou. Perdeu a maioria mas manteve o poleiro. Para o PSD é que foi pior. O espírito do não fazer, acabar, rasgar não resultou e os portugueses não viram em Manuela Ferreira Leite uma verdadeira concorrente de Sócrates. Muitos devem ter pensado, do mal o menos que fiquem lá os socialistas. A campanha no fundo só serviu para os mais pequenos se valorizarem e, bem aproveitado o tempo de antena, para discutirem os problemas que preocupam os portugueses e mostrar aquilo que querem fazer, mesmo que o façam na oposição.
O CDS-PP teve uma vitória histórica, conseguindo converter em votos todos aqueles que afirmavam pensar como eles. O apelo ao voto útil teve os melhores resultados desde a dácada de 80 e Portas conseguiu os tão desejados "dois dígitos", ultrapassando a barreira dos 10% e garantindo 21 deputados na assembleia. 21 deputados que lhe conferem a participação "noutro campeonato", sendo o único partido que coligado com o PS (excluindo o PSD) garantiria a maioria absoluta. Espero que não haja coligações, isso retiraria o espírito de voto útil e estando na oposição como terceira força política haverá muito que negociar, podendo os portugueses ficar a ganhar.
Bloco de Esquerda mais uma vez a mostrar que o descontentamento social continua e que cada vez mais portugueses, jovens ou não, continuam a votar numa esquerda mais radical. Apesar de ter ficado atrás do CDS-PP, conseguiu duplicar os deputados na Assembleia da República e manter o seu posto como partido que movimenta as massas, com peso na política portuguesa.
O caso da CDU parece-me o mais sintomático de um discurso que não muda e que começa a saturar o povo. A luta pelos trabalhadores e os seus direitos é legítima e de saudar, porém há ideais que passam de moda, que têm o seu tempo e o tempo dos ideais comunistas parece estar a passar. É urgente uma melhor adaptação à realidade do país e à evolução das políticas e preocupações.
No final desta saga, temos ainda as eleições autárquicas que espero venham a eclarecer os portugueses de uma forma mais clara, apontando os verdadeiros problemas dos munícipes e deixando as querelas entre partidos e candidatos de lado, valorizando os programas eleitorais e aquilo que realmente pretendem fazer por cada cidade, por cada freguesia.
Ainda não percebi muito bem porquê de tanta indignação por parte dos socialistas relativamente À decisão do PS de não permitir candidaturas duplas nas próximas eleições. E o primeiro dos argumentos é o que mais me "diverte": o PS não pode mudar as regras a meio do jogo... Mas o PS está tão habituado a fazê-lo, como fez por exemplo a todos os funcionários públicos que estavam já tão perto do tempo de reforma e que são agora obrigados a se manter no activo por mais uma década, já para não falar das regalias conseguidas ao longo de muitos anos retiradas agora numa única legislatura! E tanto alarido a mim só me faz ter realmente a certeza que andam todos à procura de tachos!! Não vejo como é possível alguem ser candidato, e mais cabeça de lista, nas eleições europeias e se-lo igualmente nas eleições autárquicas. Entrar nas listas das eleições legislativas e fazer parte das opções de voto das autárquicas! Mas afinal que raio de dedicação é esta? A única coisa de que me lembro é...eu não podia ter bolsa e arranjar um trabalho em part-time, porque senão perderia o direito ao apoio social...mas estes sanguessugas podem-se canditar em simultâneo a cargos que não são sequer compatíveis!? Viva à Igualdade e Justiça! E nós, recém licenciados, temos que nos contentar com "estágios" não-remunerados. Realmente não há mesmo assunto nenhum que mereça maior capacidade de indignação e argumentação por parte dos políticos deste país!
Pelo menos é o que parece hoje ao dar uma vista de olhos pelos jornais estrangeiros. É que aparecemos em todo o lado!!
As primeiras sondagens apontam para uma abstenção de mais de 60%. Será que a culpa é dos eleitores...ou dos políticos? Alguém ouviu propostas concretas para a Europa? Alguém sentiu o espírito europeu durante a campanha eleitoral? Houve algum esclarecimento sobre o funcionamento da União Europeia e do Parlamento Europeu?
A falta de informação é o primeiro passo para o desinteresse na política e parece-me que a costante troca de acusações entre lideres políticos e cabeças e lista não ajuda nada. E será que os próprios candidatos sabiam que se estavam a candidatar à Europa e não ao nosso pequenino Portugal? Eles vão para lá defender os direitos de Portugal, vão fortalecer o espírito europeu, vão tornar a União mais forte e capaz de enfrentar os problemas...ou não! De qualquer maneira nós não sabemos como o PENSAM fazer.
Campanha devia ser sinónimo de informação e esclarecimento. Para lavar roupa suja não precisamos da classe política. Isso já o português faz bem!
. Tachos, Tachinhos, Tac(mi...
. Autárquicas pelo Governo ...
. Será que eu é que sou de ...